Archive for Abril 12, 2007

Arrefecimento da Terra associado à destruição total das florestas


Mas ele não pensa que o seu trabalho forneça justificação para o abate de árvores. “Uma das principais razões para temer o aquecimento global é a necessidade de proteger os ecossistemas”, diz ele. “Destruir as florestas iria confundir o objectivo específico de combater as alterações climáticas com o objectivo mais geral de proteger o ambiente.”

Para continuar o seu trabalho, ele e a sua equipa pretendem realizar simulações mais detalhadas. O tipo de floresta tem influência, por exemplo, pois as agulhas escuras dos pinheiros podem ter um impacto maior no aquecimento que as folhas claras dos abetos. Ele também pretende fazer simulações que sigam a desflorestação tropical projectada nos cenários utilizados pelo Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas.

Wolfgang Cramer, autor de modelos no Potsdam Institute for Climate Impact Research na Alemanha, acrescenta que é necessário mais trabalho de fundo para que se possa compreender de que forma a biosfera interage com o clima. Essa informação pode depois ser inserida nos modelos e talvez produza resultados mais úteis para os governantes e políticos.

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Cacau pode proteger contra câncer e derrame, diz estudo


Cacau
O cacau começou a ser consumido pela civilização maia

Um nutriente chamado epicatequina e que está presente no cacau parece reduzir o risco de desenvolvimento de várias doenças que costumam matar, sugerem pesquisadores nos Estados Unidos.

Entre o povo Kuna, do Panamá, que pode beber até 40 copos de suco de cacau por semana, a incidência de derrame, doenças cardíacas, câncer e diabete é inferior a 10%.

Os Kuna parecem ainda ter uma vida mais longa do que outros habitantes do Panamá, e não desenvolvem demência, disse relatório dos cientistas americanos na publicação Chemistry and Industry.

Mas os especialistas destacam que a herança genética e outros fatores ligados ao estilo de vida também desempenham um papel na saúde das pessoas.

O pesquisador Norman Hollenberg, de Harvard, disse que o composto presente no cacau beneficiaria outras populações também, inclusive nos países industrializados, embora admita que podem haver diferenças étnicas.

Ele admite que seus estudos são baseados em observações, então não podem fornecer provas irrefutáveis.

Kuna

Hollenberg investigou os efeitos da epicatequina em centenas de idosos de culturas diferentes, assim como centenas de membros do povo Kuna, nos últimos 15 anos.

“Meu interesse começou com o fato de o povo Kuna não desenvolver pressão alta”, explicou.

Há cerca de 70 mil Kunas, metade vive no continente e outra, nas Ilhas San Blas, do Panamá.

“Eu estava procurando os genes protetores mas a causa acabou sendo o meio ambiente, quando eles migraram para o continente com todos os benefícios da vida urbana ocidental, sua pressão sangüínea aumentou com a idade e a hipertensão se tornou muito comum.”

E a incidência de morte por doenças cardíacas, derrame, diabete e câncer ocorreu em seguida, de acordo com estudo publicado por Hollenberg no International Journal of Medical Sciences.

Kuna
Os Kunas bebem várias xícaras de cacau por dia

Ele acredita que a bebida local dos Kuna é a chave para isso, e que sua descoberta é tão significativa que a epicatequina deveria ser considerada essencial em uma dieta alimentar e, portanto, classificada como uma vitamina.

“Vitamina essencial”

No momento, a ciência não vê a epicatequina como um composto com papel essencial, mas há muitas evidências que sugerem que ela pode ter um efeito de proteção do organismo.

A epicatequina pertence ao grupo dos flavonóides, e pode ser encontrada também em chás, vinho, chocolate e algumas frutas e legumes.

Um de seus efeitos, acredita-se, seria a elevação dos níveis de óxido nítrico no sangue, que ajuda a relaxar os vasos sangüíneos e melhora a circulação.

E suas propriedades antioxidantes podem explicar como ele pode impedir o câncer.

O nutricionista Daniel Fabricant, vice-presidente de questões científicas da Associação de Produtos Naturais, disse que a ligação entre alto consumo de epicatequina e a redução do risco de doenças letais deve ser mais investigada.

“Pode ser que essas doenças sejam resultado de uma deficiência de epicatequina”, sugeriu.

Cacau

A planta do cacau foi cultivada pela primeira vez no período 250-900 da era Cristã, pela civilização maia no que são hoje o México e países vizinhos na América Central.

Os maias ofereciam as sementes para os seus deuses, usavam-nas como moeda e com fins medicinais, para combater a fadiga e problemas no aparelho digestivo.

Flavonóides como a epicatequina são removidos do cacau comercial porque tendem a apresentar um gosto amargo.

Especialistas também questionam se seria recomendável a uma pessoa consumir quantidades suficientemente abundantes de alimentos que contém epicatequina, como vinho e chocolate.

Hollenberg, que é consultor científico de vários laboratórios farmacêuticos e recebeu apoio financeiro para a sua pesquisa da companhia que produz barras de chocolate e doces M&M/Mars, acredita que há possibilidade de empresas da área de nutrição desenvolverem suplementos de epicatequina, na forma de barras de chocolate.

Ellen Mason, da Fundação do Coração da Grã-Bretanha disse que acha esta “uma observação interessante de uma cultura única”, mas disse que a organização “não recomenda que as pessoas na Grã-Bretanha comecem a beber chocolate líquido em grandes quantidades para proteger o coração”.

Fonte: BBC Brasil

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Diabete ameaça vida de índios, alertam cientistas

Barriga
Índios tendem a armazenar mais gordura do que ‘brancos’

A diabete ameaça a sobrevivência de povos indígenas ao redor do mundo se continuar aumentando no ritmo atual, alertaram especialistas do Instituto Internacional do Diabetes que participam de uma conferência sobre a doença em Melbourne, na Austrália.

“Sem uma ação urgente, existe certamente um risco real de um grande extermínio de comunidades indígenas, se não a total extinção, neste século”, afirmou o professor Paul Zimmet, do Instituto Internacional do Diabetes.

Segundo os cientistas, hábitos ocidentais como o sedentarismo e dietas cheias de açúcar e gordura tem provocado um aumento da obesidade e da diabete do tipo 2 entre populações indígenas da Ásia, na região do Pacífico e nas Américas.

Os especialistas reunidos na Austrália pretendem elaborar um conjunto de medidas a ser apresentado à Organização das Nações Unidas (ONU), como parte dos esforços para controlar a epidemia, que Zimmet define como “a maior da história mundial”.

Com 8 milhões de casos registrados a cada ano, a previsão é de que o número de diabéticos chegue a 250 milhões até 2050.

A diabete tipo 2, que geralmente se desenvolve em adultos, pode causar derrames, doenças do rim e aumentar o risco de problemas cardíacos.

Brasil

A diabete também começa a preocupar entidades ligadas à saúde indígena no Brasil. O coordenador do projeto Xingu da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Douglas Rodrigues, fez recentemente um trabalho em que destacava justamente o aumento da incidência de doenças “modernas” entre os índios do Xingu.

Em entrevista ao site da ONG Instituto Socio Ambiental (ISA), Rodrigues disse que o problema, que atinge os índios dos Estados Unidos desde a década de 1960, é atualmente uma “ameaça importante” nas aldeias do Xingu.

No entanto, Rodrigues destaca na entrevista que, no caso do Brasil, a obesidade e a diabete convivem com a desnutrição, especialmente infantil. Entre as doenças “modernas”, ele também destaca a hipertensão e as doenças sexualmente transmissíveis.

Em Nauru, ilha do Pacífico com 10 mil pessoas, a diabete tipo 2 já afeta metade da população adulta.

O avanço da doença entre os grupos aborígenes do Pacífico é considerado rápido, especialmente levando-se em consideração que até a Segunda Guerra Mundial a doença era desconhecida no Pacífico.

“A rápida transição cultural ao longo de uma a duas gerações de muitas comunidades indígenas para uma dieta ocidental e estilo de vida sedentário levou a diabete a substituir doenças infecciosas como a ameaça número 1 à sua sobrevivência”, disse o especialista em diabete Stewart Harris.

A incidência de diabete também é alta ente os índios dos Estados Unidos. Entre os Sioux e Prima, a taxa é de 45%. Na Austrália, a incidência no grupo Torres Strait Islanders, que vive no norte do país, é de 30%.

O professor Martin Silink, diretor da Fundação Internacional de Diabete, disse que povos indígenas são mais suscetíveis ao desenvolvimento do tipo 2 de diabete por causa da sua constituição genética.

Segundo os especialistas, populações que não têm acesso constante a alimentos tendem a armazenar mais gordura para períodos de escassez.

Fonte BBC Brasil

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Brasil precisará de ‘décadas’ para se adaptar a aquecimento, diz secretário


Amazônia ao anoitecer
Segundo o texto original, 25% da Amazônia pode sumir até 2080

O secretário interino de Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Ruy de Góes, diz que a adaptação do Brasil aos efeitos do aquecimento global vai levar décadas de trabalho e terá que ser incorporada ao planejamento de todas instâncias de governo daqui para a frente.

“Temos que ter um enorme sentido de urgência, atuar com a maior rapidez possível nas medidas de mitigação, mas ao mesmo tempo a adaptação é uma tarefa para esta e para as próximas gerações. É isso o que tem que mudar na cabeça dos governantes em geral”, afirmou em entrevista à BBC Brasil.

Na linguagem do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), que divulgou na sexta-feira passada seu segundo relatório sobre os efeitos da mudança climática, adaptação são as medidas que a sociedade terá que tomar para que os seres humanos consigam conviver com as mudanças.

E mitigação são as medidas que serão tomadas nos próximos anos para reduzir a emissão de gases que causam o aquecimento global.

Góes diz que os dados sobre o risco de desaparecimento da Amazônia já eram conhecidos do governo brasileiro, que tem uma proposta em estudo pelos outros países para ser compensado para combater o desmatamento.

Leia abaixo a entrevista com o secretário:

BBC Brasil – Uma das conclusões dos estudos é que de 10% a 25% da Amazônia pode desaparecer até 2080. Foi uma surpresa ou já era esperado?

Ruy de Góes – Não chegou a ser uma surpresa. Nós já estamos acompanhando os estudos e temos também nossos próprios estudos, que já apontavam dados bastante preocupantes sobre a Amazônia, a fragilidade dos ecossistemas brasileiros devido às mudanças climáticas. Mas é claro que as previsões vão se refinando ao longo do tempo. O relatório brasileiro não quantificava, mas já mostrava os riscos de “savanização” de parte da floresta. E é preciso ressaltar que quando se fala que a Amazônia vai virar cerrado é uma interpretração errônea, porque o cerrado é um ecossistema muito rico e o que haverá é uma savanização com uma vegetação empobrecida.

BBC Brasil – Houve muitas críticas ao resumo político do relatório divulgado na semana passada, que teria sido suavizado, inclusive na parte referente à destruição da Amazônia. Qual é a avaliação do Ministério do Meio Ambiente?

Góes – Este relatório é sujeito a consenso. E qualquer discussão que envolva consenso acaba sendo suavizada. Mas isso não diminui a gravidade do problema. Os dados são públicos, os relatórios estão disponíveis na internet, a imprensa divulgou os dados. Não me preocupa tanto o fato de ter sido suavizado. Estes dados estão colocados na mesa.

BBC Brasil – Isso não pode ser usado como desculpa pelos países que não estão tão interessados em agir, alegando que a conclusão “não é assim tão grave, não diz que a Amazônia vai acabar”?

Góes – Alguns países são excessivamente cautelosos em relação ao fenômeno. Como os Estados Unidos, que se recusam a assinar o Protocolo de Kyoto. E o que é mais preocupante é que ações os países vão tomar a partir de agora. O relatório aponta para a extrema urgência e necessidade de tomar medidas muito mais radicais do que as preconizadas no Protoloco de Kyoto. O que saiu mostra a gravidade do problema suficientemente. O relatório é bom.

BBC Brasil – Algumas regiões do planeta vão ficar mais férteis com o aquecimento. O Brasil perde mais ou ganha mais com a elevação da temperatura?

Góes – Perde mais. Porque, nas regiões mais úmidas (região Sudeste), as precipitações tendem a aumentar. No semi-árido, a tendência é desertificação. Aumentam as disparidades regionais. Pode aumentar a produtividade da soja em algumas regiões. Mas o mundo como um todo perde. O efeito nos países pobres é maior do que nos países ricos.

BBC Brasil – A ministra Marina Silva fez na reunião de Nairóbi, em novembro, uma proposta de compensação pela preservação da Amazônia. Como está esta proposta?

Góes – A proposta foi bem recebida. Houve uma reunião em março na Austrália para discutir as propostas. Estamos bem otimistas em relação aos resultados. A proposta prevê que os países que evitarem o desmatamento serão compensados por isso, já que os custos de evitar o desmatamento são muito altos.

BBC Brasil – Neste relatório, não houve análises sobre os riscos para a saúde das pessoas no Brasil decorrentes das mudanças climáticas, por causa da falta de dados. Isso não dificulta a elaboração de políticas para reduzir esses efeitos?

Góes – Dificulta. E isso não é só o Brasil. Os países mais pobres têm uma enorme carência de dados. Temos que identificar as lacunas de informação para cruzar com as vulnerabilidades e, a partir de agora, construir uma base de dados para olhar nas próximas décadas. É um banco de dados que só tem sentido em um horizonte de tempo de décadas. É este horizonte que a gente tem que se acostumar a trabalhar.

Temos que ter um enorme sentido de urgência, atuar com a maior rapidez possível nas medidas de mitigação, mas ao mesmo tempo a adaptação é uma tarefa para esta e para as próximas gerações. É isso o que tem que mudar na cabeça dos governantes em geral. Do Brasil e dos outros países, Estados e municípios. Vamos ter que passar a incorporar isso nos mecanismos de planejamento.

BBC Brasil – E no caso do Brasil, onde os governantes têm dificuldade em planejar além do próprio governo, isso é difícil, não?

Góes – Para todos nós é difícil. Para nós, enquanto pessoas, é difícil pensar em um mundo que está em mutação. A gente está acostumado a ter planejamento para quatro anos. E isso não é só o Brasil. Os governos de um modo geral têm a prática de olhar os próximos quatro anos e enfatizar pouco o planejamento de longo prazo.

BBC Brasil – E o governo brasileiro está preparado para isso?

Góes – Acho que este ano é o ano da virada. É o ano em que as mudanças climáticas podem ocupar um lugar na agenda que não ocupavam antes. O ano em que se muda o grau de prioridade que se dá a isso. Até mesmo no Ministério do Meio Ambiente a partir deste ano houve um grau de prioridade para mudanças climáticas que não tinha antes. O grau de prioridade aumentou.

Fonte BBC Brasil

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Arrefecimento da Terra associado à destruição total das florestas


Mas ele não pensa que o seu trabalho forneça justificação para o abate de árvores. “Uma das principais razões para temer o aquecimento global é a necessidade de proteger os ecossistemas”, diz ele. “Destruir as florestas iria confundir o objectivo específico de combater as alterações climáticas com o objectivo mais geral de proteger o ambiente.”

Para continuar o seu trabalho, ele e a sua equipa pretendem realizar simulações mais detalhadas. O tipo de floresta tem influência, por exemplo, pois as agulhas escuras dos pinheiros podem ter um impacto maior no aquecimento que as folhas claras dos abetos. Ele também pretende fazer simulações que sigam a desflorestação tropical projectada nos cenários utilizados pelo Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas.

Wolfgang Cramer, autor de modelos no Potsdam Institute for Climate Impact Research na Alemanha, acrescenta que é necessário mais trabalho de fundo para que se possa compreender de que forma a biosfera interage com o clima. Essa informação pode depois ser inserida nos modelos e talvez produza resultados mais úteis para os governantes e políticos.

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Cacau pode proteger contra câncer e derrame, diz estudo


Cacau
O cacau começou a ser consumido pela civilização maia

Um nutriente chamado epicatequina e que está presente no cacau parece reduzir o risco de desenvolvimento de várias doenças que costumam matar, sugerem pesquisadores nos Estados Unidos.

Entre o povo Kuna, do Panamá, que pode beber até 40 copos de suco de cacau por semana, a incidência de derrame, doenças cardíacas, câncer e diabete é inferior a 10%.

Os Kuna parecem ainda ter uma vida mais longa do que outros habitantes do Panamá, e não desenvolvem demência, disse relatório dos cientistas americanos na publicação Chemistry and Industry.

Mas os especialistas destacam que a herança genética e outros fatores ligados ao estilo de vida também desempenham um papel na saúde das pessoas.

O pesquisador Norman Hollenberg, de Harvard, disse que o composto presente no cacau beneficiaria outras populações também, inclusive nos países industrializados, embora admita que podem haver diferenças étnicas.

Ele admite que seus estudos são baseados em observações, então não podem fornecer provas irrefutáveis.

Kuna

Hollenberg investigou os efeitos da epicatequina em centenas de idosos de culturas diferentes, assim como centenas de membros do povo Kuna, nos últimos 15 anos.

“Meu interesse começou com o fato de o povo Kuna não desenvolver pressão alta”, explicou.

Há cerca de 70 mil Kunas, metade vive no continente e outra, nas Ilhas San Blas, do Panamá.

“Eu estava procurando os genes protetores mas a causa acabou sendo o meio ambiente, quando eles migraram para o continente com todos os benefícios da vida urbana ocidental, sua pressão sangüínea aumentou com a idade e a hipertensão se tornou muito comum.”

E a incidência de morte por doenças cardíacas, derrame, diabete e câncer ocorreu em seguida, de acordo com estudo publicado por Hollenberg no International Journal of Medical Sciences.

Kuna
Os Kunas bebem várias xícaras de cacau por dia

Ele acredita que a bebida local dos Kuna é a chave para isso, e que sua descoberta é tão significativa que a epicatequina deveria ser considerada essencial em uma dieta alimentar e, portanto, classificada como uma vitamina.

“Vitamina essencial”

No momento, a ciência não vê a epicatequina como um composto com papel essencial, mas há muitas evidências que sugerem que ela pode ter um efeito de proteção do organismo.

A epicatequina pertence ao grupo dos flavonóides, e pode ser encontrada também em chás, vinho, chocolate e algumas frutas e legumes.

Um de seus efeitos, acredita-se, seria a elevação dos níveis de óxido nítrico no sangue, que ajuda a relaxar os vasos sangüíneos e melhora a circulação.

E suas propriedades antioxidantes podem explicar como ele pode impedir o câncer.

O nutricionista Daniel Fabricant, vice-presidente de questões científicas da Associação de Produtos Naturais, disse que a ligação entre alto consumo de epicatequina e a redução do risco de doenças letais deve ser mais investigada.

“Pode ser que essas doenças sejam resultado de uma deficiência de epicatequina”, sugeriu.

Cacau

A planta do cacau foi cultivada pela primeira vez no período 250-900 da era Cristã, pela civilização maia no que são hoje o México e países vizinhos na América Central.

Os maias ofereciam as sementes para os seus deuses, usavam-nas como moeda e com fins medicinais, para combater a fadiga e problemas no aparelho digestivo.

Flavonóides como a epicatequina são removidos do cacau comercial porque tendem a apresentar um gosto amargo.

Especialistas também questionam se seria recomendável a uma pessoa consumir quantidades suficientemente abundantes de alimentos que contém epicatequina, como vinho e chocolate.

Hollenberg, que é consultor científico de vários laboratórios farmacêuticos e recebeu apoio financeiro para a sua pesquisa da companhia que produz barras de chocolate e doces M&M/Mars, acredita que há possibilidade de empresas da área de nutrição desenvolverem suplementos de epicatequina, na forma de barras de chocolate.

Ellen Mason, da Fundação do Coração da Grã-Bretanha disse que acha esta “uma observação interessante de uma cultura única”, mas disse que a organização “não recomenda que as pessoas na Grã-Bretanha comecem a beber chocolate líquido em grandes quantidades para proteger o coração”.

Fonte: BBC Brasil

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Diabete ameaça vida de índios, alertam cientistas

Barriga
Índios tendem a armazenar mais gordura do que ‘brancos’

A diabete ameaça a sobrevivência de povos indígenas ao redor do mundo se continuar aumentando no ritmo atual, alertaram especialistas do Instituto Internacional do Diabetes que participam de uma conferência sobre a doença em Melbourne, na Austrália.

“Sem uma ação urgente, existe certamente um risco real de um grande extermínio de comunidades indígenas, se não a total extinção, neste século”, afirmou o professor Paul Zimmet, do Instituto Internacional do Diabetes.

Segundo os cientistas, hábitos ocidentais como o sedentarismo e dietas cheias de açúcar e gordura tem provocado um aumento da obesidade e da diabete do tipo 2 entre populações indígenas da Ásia, na região do Pacífico e nas Américas.

Os especialistas reunidos na Austrália pretendem elaborar um conjunto de medidas a ser apresentado à Organização das Nações Unidas (ONU), como parte dos esforços para controlar a epidemia, que Zimmet define como “a maior da história mundial”.

Com 8 milhões de casos registrados a cada ano, a previsão é de que o número de diabéticos chegue a 250 milhões até 2050.

A diabete tipo 2, que geralmente se desenvolve em adultos, pode causar derrames, doenças do rim e aumentar o risco de problemas cardíacos.

Brasil

A diabete também começa a preocupar entidades ligadas à saúde indígena no Brasil. O coordenador do projeto Xingu da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Douglas Rodrigues, fez recentemente um trabalho em que destacava justamente o aumento da incidência de doenças “modernas” entre os índios do Xingu.

Em entrevista ao site da ONG Instituto Socio Ambiental (ISA), Rodrigues disse que o problema, que atinge os índios dos Estados Unidos desde a década de 1960, é atualmente uma “ameaça importante” nas aldeias do Xingu.

No entanto, Rodrigues destaca na entrevista que, no caso do Brasil, a obesidade e a diabete convivem com a desnutrição, especialmente infantil. Entre as doenças “modernas”, ele também destaca a hipertensão e as doenças sexualmente transmissíveis.

Em Nauru, ilha do Pacífico com 10 mil pessoas, a diabete tipo 2 já afeta metade da população adulta.

O avanço da doença entre os grupos aborígenes do Pacífico é considerado rápido, especialmente levando-se em consideração que até a Segunda Guerra Mundial a doença era desconhecida no Pacífico.

“A rápida transição cultural ao longo de uma a duas gerações de muitas comunidades indígenas para uma dieta ocidental e estilo de vida sedentário levou a diabete a substituir doenças infecciosas como a ameaça número 1 à sua sobrevivência”, disse o especialista em diabete Stewart Harris.

A incidência de diabete também é alta ente os índios dos Estados Unidos. Entre os Sioux e Prima, a taxa é de 45%. Na Austrália, a incidência no grupo Torres Strait Islanders, que vive no norte do país, é de 30%.

O professor Martin Silink, diretor da Fundação Internacional de Diabete, disse que povos indígenas são mais suscetíveis ao desenvolvimento do tipo 2 de diabete por causa da sua constituição genética.

Segundo os especialistas, populações que não têm acesso constante a alimentos tendem a armazenar mais gordura para períodos de escassez.

Fonte BBC Brasil

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Brasil precisará de ‘décadas’ para se adaptar a aquecimento, diz secretário


Amazônia ao anoitecer
Segundo o texto original, 25% da Amazônia pode sumir até 2080

O secretário interino de Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Ruy de Góes, diz que a adaptação do Brasil aos efeitos do aquecimento global vai levar décadas de trabalho e terá que ser incorporada ao planejamento de todas instâncias de governo daqui para a frente.

“Temos que ter um enorme sentido de urgência, atuar com a maior rapidez possível nas medidas de mitigação, mas ao mesmo tempo a adaptação é uma tarefa para esta e para as próximas gerações. É isso o que tem que mudar na cabeça dos governantes em geral”, afirmou em entrevista à BBC Brasil.

Na linguagem do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), que divulgou na sexta-feira passada seu segundo relatório sobre os efeitos da mudança climática, adaptação são as medidas que a sociedade terá que tomar para que os seres humanos consigam conviver com as mudanças.

E mitigação são as medidas que serão tomadas nos próximos anos para reduzir a emissão de gases que causam o aquecimento global.

Góes diz que os dados sobre o risco de desaparecimento da Amazônia já eram conhecidos do governo brasileiro, que tem uma proposta em estudo pelos outros países para ser compensado para combater o desmatamento.

Leia abaixo a entrevista com o secretário:

BBC Brasil – Uma das conclusões dos estudos é que de 10% a 25% da Amazônia pode desaparecer até 2080. Foi uma surpresa ou já era esperado?

Ruy de Góes – Não chegou a ser uma surpresa. Nós já estamos acompanhando os estudos e temos também nossos próprios estudos, que já apontavam dados bastante preocupantes sobre a Amazônia, a fragilidade dos ecossistemas brasileiros devido às mudanças climáticas. Mas é claro que as previsões vão se refinando ao longo do tempo. O relatório brasileiro não quantificava, mas já mostrava os riscos de “savanização” de parte da floresta. E é preciso ressaltar que quando se fala que a Amazônia vai virar cerrado é uma interpretração errônea, porque o cerrado é um ecossistema muito rico e o que haverá é uma savanização com uma vegetação empobrecida.

BBC Brasil – Houve muitas críticas ao resumo político do relatório divulgado na semana passada, que teria sido suavizado, inclusive na parte referente à destruição da Amazônia. Qual é a avaliação do Ministério do Meio Ambiente?

Góes – Este relatório é sujeito a consenso. E qualquer discussão que envolva consenso acaba sendo suavizada. Mas isso não diminui a gravidade do problema. Os dados são públicos, os relatórios estão disponíveis na internet, a imprensa divulgou os dados. Não me preocupa tanto o fato de ter sido suavizado. Estes dados estão colocados na mesa.

BBC Brasil – Isso não pode ser usado como desculpa pelos países que não estão tão interessados em agir, alegando que a conclusão “não é assim tão grave, não diz que a Amazônia vai acabar”?

Góes – Alguns países são excessivamente cautelosos em relação ao fenômeno. Como os Estados Unidos, que se recusam a assinar o Protocolo de Kyoto. E o que é mais preocupante é que ações os países vão tomar a partir de agora. O relatório aponta para a extrema urgência e necessidade de tomar medidas muito mais radicais do que as preconizadas no Protoloco de Kyoto. O que saiu mostra a gravidade do problema suficientemente. O relatório é bom.

BBC Brasil – Algumas regiões do planeta vão ficar mais férteis com o aquecimento. O Brasil perde mais ou ganha mais com a elevação da temperatura?

Góes – Perde mais. Porque, nas regiões mais úmidas (região Sudeste), as precipitações tendem a aumentar. No semi-árido, a tendência é desertificação. Aumentam as disparidades regionais. Pode aumentar a produtividade da soja em algumas regiões. Mas o mundo como um todo perde. O efeito nos países pobres é maior do que nos países ricos.

BBC Brasil – A ministra Marina Silva fez na reunião de Nairóbi, em novembro, uma proposta de compensação pela preservação da Amazônia. Como está esta proposta?

Góes – A proposta foi bem recebida. Houve uma reunião em março na Austrália para discutir as propostas. Estamos bem otimistas em relação aos resultados. A proposta prevê que os países que evitarem o desmatamento serão compensados por isso, já que os custos de evitar o desmatamento são muito altos.

BBC Brasil – Neste relatório, não houve análises sobre os riscos para a saúde das pessoas no Brasil decorrentes das mudanças climáticas, por causa da falta de dados. Isso não dificulta a elaboração de políticas para reduzir esses efeitos?

Góes – Dificulta. E isso não é só o Brasil. Os países mais pobres têm uma enorme carência de dados. Temos que identificar as lacunas de informação para cruzar com as vulnerabilidades e, a partir de agora, construir uma base de dados para olhar nas próximas décadas. É um banco de dados que só tem sentido em um horizonte de tempo de décadas. É este horizonte que a gente tem que se acostumar a trabalhar.

Temos que ter um enorme sentido de urgência, atuar com a maior rapidez possível nas medidas de mitigação, mas ao mesmo tempo a adaptação é uma tarefa para esta e para as próximas gerações. É isso o que tem que mudar na cabeça dos governantes em geral. Do Brasil e dos outros países, Estados e municípios. Vamos ter que passar a incorporar isso nos mecanismos de planejamento.

BBC Brasil – E no caso do Brasil, onde os governantes têm dificuldade em planejar além do próprio governo, isso é difícil, não?

Góes – Para todos nós é difícil. Para nós, enquanto pessoas, é difícil pensar em um mundo que está em mutação. A gente está acostumado a ter planejamento para quatro anos. E isso não é só o Brasil. Os governos de um modo geral têm a prática de olhar os próximos quatro anos e enfatizar pouco o planejamento de longo prazo.

BBC Brasil – E o governo brasileiro está preparado para isso?

Góes – Acho que este ano é o ano da virada. É o ano em que as mudanças climáticas podem ocupar um lugar na agenda que não ocupavam antes. O ano em que se muda o grau de prioridade que se dá a isso. Até mesmo no Ministério do Meio Ambiente a partir deste ano houve um grau de prioridade para mudanças climáticas que não tinha antes. O grau de prioridade aumentou.

Fonte BBC Brasil

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Raposas do Árctico foram deixadas para trás pelo aquecimento global

Ao contrário da opinião popular, nem todos os animais que apreciam o frio podem simplesmente recuar para norte em resposta ao aquecimento global. Um novo estudo, agora dado a conhecer, revela que para as ameaçadas populações de raposas do Árctico não há uma escapatória assim tão fácil.

Os cientistas que investigam o destino das raposas do Árctico do norte europeu durante a última idade do gelo dizem que estes animais devem ter morrido por se encontrarem isolados pela rápida subida da temperatura.

Dado que as raposas do Árctico são animais altamente móveis, as descobertas não parecem indicar nada de bom para outros organismos mais lentos e mais sensíveis ao aquecimento global, alertam os investigadores suecos. “O que os nossos resultados mostram é que as espécies árcticas não recuam para perto dos pólos, apenas desaparecem”, explica o zoólogo Love Dalén, da Universidade de Estocolmo.

Uma equipa liderada por Dalén e por Anders Götherström da Universidade de Uppsala comparou o DNA de raposas do Árctico da zona da Escandinávia com amostras genéticas de animais que viveram a sul, há cerca de 20 mil anos, no final da última idade do gelo.

Se as raposas pré-históricas se tivessem retirado para norte com a subida das temperaturas, o seu DNA devia estar presente nas populações actuais do norte da Escandinávia, refere a equipa, mas a análise genética dos ossos fósseis recolhidos na Alemanha, Bélgica e Rússia ocidental não indica nenhuma ligação ancestral com os animais actuais.

Os investigadores descobriram, pelo contrário, que as populações suecas e norueguesas descendem de raposas que se deslocaram milhares de quilómetros para oeste desde o leste da Sibéria, enquanto o gelo derretia.

“As raposas do Árctico das latitudes médias europeias extinguiram-se”, conclui a equipa na mais recente edição da revista Proceedings of the National Academy of Sciences. “Os seus genes não contribuíram nada para as populações actuais.”

Pistas para o desaparecimento destes animais podem vir da forma como as raposas do Árctico escandinavas estão a responder à actual alteração climática, diz Dalén. “O que observamos é que as populações estão a diminuir mas não se estão a deslocar para lado nenhum.”

As deslocações são geralmente conduzidas por densidades populacionais elevadas para o território mas actualmente o efectivo populacional está na realidade a diminuir devido aos impactos do clima. “Numa população a diminuir, o que deve ter sido o caso no final da idade do gelo, deveria haver abundância de territórios.”

Assim, em vez de se deslocar para latitudes mais a norte, as raposas do Árctico ganharam altitude, sugere Dalén, deslocando-se para zonas mais elevadas como os Alpes. Mas o golpe de misericórdia pode ter sido a chegada das raposas vermelhas, com as condições climáticas mais amenas.

“As raposas vermelhas, que têm o dobro do tamanho, podiam, de repente, sobreviver nestas zonas e venceram as do Árctico”, explica Dalén. “As raposas vermelhas devem ter chegado e tomado conta das zonas mais baixas, logo as raposas do Árctico ficaram encalhadas.”

A história pode estar agora a repetir-se. A deslocação para norte, em direcção às regiões polares, das raposas vermelhas, tanto na Europa como na América do norte, está a ser associada ao desaparecimento de espécies árcticas em algumas regiões.

Os conservacionistas dizem que a raposa do Árctico escandinava, da qual restam menos de 200 indivíduos, enfrenta agora uma séria ameaça de extinção, pelo que o abate de raposas vermelhas já começou em certas zonas do seu território.

A equipa responsável pelo estudo considera as suas descobertas com implicações importantes na compreensão da forma como as espécies reagem e adaptam às alterações climáticas, sugerindo que muitos animais podem ser mais vulneráveis ao aquecimento global do que antes se pensava.

“As espécies árcticas podem ser incapazes de acompanhar a alteração dos habitats com a subida da temperatura”, escrevem eles, “o que pode resultar em perdas de variabilidade genética com o desaparecimento de populações locais.”

Dalén considera que estudos semelhantes são urgentes, pois a capacidade das espécies em acompanhar as alterações devidas ao clima nos habitats não é considerada quando se faz uma previsão da forma como o organismo pode responder ao aquecimento futuro. “Pessoalmente, suspeito que a maioria das espécies árcticas se comportará como a raposa do Árctico, ficaria muito surpreso se, por exemplo, os ursos polares se comportassem de forma diferente.”

Saber mais:

Proceedings of the National Academy of Sciences

Department of Evolutionary Biology, Stockholm University


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Nova técnica de preservação de uvas usadas em vinhos que pode reduzir os efeitos da ressaca.

Nova técnica pode reduzir a ressaca de vinho

Vinho
Preservativos usados nos vinhos podem causar reações alérgicas

Cientistas espanhóis desenvolveram uma nova técnica de preservação de uvas usadas em vinhos que pode reduzir os efeitos da ressaca.

Atualmente, a maioria dos vinhos produzidos em larga-escala usa dióxido de enxofre como preservativo, uma substância que pode causar reações alérgicas, como dores de cabeça e asma.

Os pesquisadores da Universidade Técnica de Cartagena descobriram que o ozônio tem 90% da eficácia do dióxido de enxofre na preservação de uvas frescas para a produção de vinhos, sem apresentar efeitos colaterais.

Além disso, as uvas conservadas em ozônio têm até quatro vezes mais antioxidantes, de acordo com o estudo, publicado na revista especializada Chemistry and Industry.

Para Francisco Artes-Hernandez, coordenador da pesquisa, as descobertas trazem “grande esperança”.

“Essa é uma nova técnica que poderia ser usada para preservar uvas e ajudar a prevenir alergias e ao mesmo tempo aumentar os componentes saudáveis do vinho”, disse.

Sulfitos

Segundo Andrew Waterhouse, especialista na produção de vinhos da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, a técnica poderia ser aplicada também para substituir os sulfitos, substâncias adicionadas aos vinhos prontos para prolongar sua longevidade.

Segundo Waterhouse, nem todos os produtores de vinho usam dióxido de enxofre, já que atualmente as uvas não são mais armazenadas por longos períodos.

“O processo com ozônio poderia ser adaptado para substituir os problemáticos sulfitos (…), criando a possibilidade de vinhos mais saudáveis e antialérgicos”, disse Waterhouse.

Há indicações de que os sulfitos causam reações alérgicas em pessoas que têm sensibilidade a essas substâncias, fazendo com que acordem de ressaca mesmo sem terem bebido em excesso.

Especialistas britânicos, no entanto, disseram que, além do dióxido de enxofre e dos sulfitos, existem outras substâncias nos vinhos que podem causar reações alérgicas.

“O dióxido de enxofre é a causa mais comum dessas reações, mas não a única. Por isso, o novo método pode não resolver o problema para todas as pessoas”, disse a porta-voz da organização Allergy UK.

Segundo ela, as histaminas e os taninos – substâncias naturalmente presentes nos vinhos, principalmente tintos – também podem causar reações como coceiras, irritações na pele, diarréia e asma.

Fonte BBC Brasil

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