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Brotos de brocólis podem proteger contra o câncer gástrico

Autora: Roxanne Nelson



Pesquisa preliminar sugere que brotos de brócolis apresentam propriedades quimiopreventivas. Em um ensaio clínico piloto e em um estudo em animais, pesquisadores descobriram que o consumo de brotos de brócolis pode reduzir a colonização pelo Helicobacter pylori, que está associada ao desenvolvimento de gastrite e câncer gástrico. Além disso, o consumo de brotos de brócolis parece acentuar as enzimas antioxidantes e anti-inflamatórias no estômago.

O estudo, publicado na Cancer Prevention Research, baseia-se em pesquisas anteriores sobre o valor potencial de sulforafane, uma substância bioquímica de ocorrência natural que é encontrada em abundância relativa em brotos de brócolis frescos. As experiências laboratoriais utilizando sulforafane purificado demonstraram que ele apresenta propriedades antibacterianas contra o Helicobacter e mata até mesmo cepas que são resistentes aos antibióticos comumente utilizados (Proc Natl Acad Sci U.S.A. 2002; 99:7610-7615).

“No nosso estudo de 2002, o sulforafane matou o Helicobacter diretamente no tubo de ensaio”, disse o autor do estudo Jed W. Fahey, MS, ScD, um bioquímico nutricional noLewis B. and Dorothy Cullman Cancer Chemoprotection Center na Johns Hopkins University School of Medicine, em Baltimore, Maryland. “Ele também reduziu a taxa de câncer gástrico em ratos.”

Embora os compostos puros eliminassem efetivamente o Helicobacter, não estava claro se o mesmo efeito poderia ser reproduzido com fontes alimentares de sulforafane. O presente estudo mostrou que uma fonte alimentar pode exercer um efeito semelhante, porém mais suave. Agora, estamos dando às pessoas a ciência que mostra por que comer frutas e verduras é bom para a saúde “A mensagem fundamental para levar consigo refere-se à velha mensagem – coma verduras”, disse o Dr. Fahey ao Medscape Oncology. “Agora, estamos dando às pessoas a ciência que mostra por que comer frutas e verduras é bom para saúde.”

A pesquisa demonstrou que frutas e verduras contêm fitonutrientes, os quais podem ter um efeito protetor. “Agora,” disse o Dr. Fahey, “nós estamos fornecendo a evidência que mostra que o brócolis é bom para você.”

A pesquisa atual é, na realidade, 2 estudos complementares – 1 em ratos e 1 em humanos infectados com H. pylori – nos quais brotos de brócolis ricos em sulforafane foram adicionados à dieta. Foi observada uma redução nos marcadores biológicos da inflamação e na colonização pelo H. pylori O ensaio humano foi realizado no Japão, onde há uma alta incidência de infecção crônica por H. pylori. Uma coorte de 48 pessoas com infecção pelo H. pylori foram randomizadas para consumir 70 g/dia de brotos de brócolis (contendo 420 mmol de precursor de sulforafane) durante 8 semanas, ou uma quantidade equivalente de brotos de alfafa. Embora ricos em fitoquímicos, os brotos de alfafa não contêm sulforafane.

Todos os participantes tiveram amostras de sangue, fezes e urina coletadas nos dias 0, 28, 56 e 112. Nas amostras fecais, o antígeno de H. pylori nas fezes (HpSA), que é um marcador biológico da colonização pelo H. pylori, foi pesquisado e, nas amostras de sangue, pepsinogênios séricos (PGI e PGII), marcadores biológicos de inflamação gástrica, foram medidos. A gravidade da colonização atual pelo H. pylori foi avaliada utilizando o teste respiratório com ureia.

Os pesquisadores descobriram que o nível de HpSA foi reduzido em mais de 40% no grupo em uso de brotos de brócolis, mas manteve-se inalterado no grupo em uso de alfafa. Durante o período de intervenção, também houve reduções significativas em ambos os PGI e PGII ( p <0,05), mas apenas no grupo em uso de brotos de brócolis. No entanto, os valores de HpSA e PGI e II regressaram aos níveis basais 2 meses após a intervenção. O consumo de brotos de brócolis realmente reduz a colonização pelo H. pylori, os pesquisadores observam, mas não erradica totalmente o patógeno. Dados do modelo experimental No primeiro experimento do ensaio em ratos, camundongos C57BL/6 fêmeas infectadas com cepas de H. pylori SS1 (Sydney strain 1) foram mantidas sob uma dieta rica em sal (NaCl 7,5%) e foram alimentadas com brotos de brócolis. O resultado foi a redução da colonização bacteriana gástrica e atenuação da expressão do fator de necrose tumoral-α e interleucina-1β na mucosa, os quais são citocinas pró-inflamatórias importantes que são elevadas na mucosa gástrica pela infecção com H. pylori. A adição de brotos de brócolis à dieta suprimiu a regulação para cima (upregulation) dessas citocinas.

Eles também observaram que o efeito protetor contra a inflamação da mucosa gástrica foi paralelo à inibição significativa da atrofia gástrica e aos níveis reduzidos tanto de 8-OHdG quanto de DNA de cadeia simples, que são marcadores de apoptose.

Um segundo experimento foi realizado utilizando camundongos infectados pelo H.pylorique haviam sido geneticamente modificados para não apresentar o gene Nrf2, a qual ativa as enzimas protetoras. O consumo de brotos de brócolis não pareceu oferecer a mesma proteção para este grupo de camundongos. Este achado confirmou achados anteriores de que o gene Nrf2 desempenha um papel na proteção contra a inflamação e gastrite induzidas pelo H. pylori, de acordo com os pesquisadores. Possível redução do Câncer “Em nosso estudo, nós reduzimos os níveis de H. pylori“, disse o Dr. Fahey. “Reduzir o risco do câncer gástrico não era o desfecho, mas a progressão é clara – o risco de câncer é de 3 a 6 vezes maior com a infecção pelo H. pylori.”

“Se você reduz a colonização, então você pode reduzir a infecção”, acrescentou. “Nós não curamos ninguém, mas nunca esperamos que a intervenção dietética isoladamente fizesse isso.”

À medida que a população envelhece, espera-se que a incidência de câncer aumente. “O número de novos casos duplicará nos próximos 25 anos, então a carga sobre o sistema de saúde será insuportável”, disse Dr. Paul Talalay, John Jacob Abel Distinguished Service Professor of Pharmacology e diretor do Laboratório de Ciências Moleculares da Johns Hopkins University School of Medicine.

“Não é uma escolha considerar a prevenção ou proteção contra o câncer, é uma ordem”, disse Dr. Talalay em uma declaração. Não é uma escolha considerar a prevenção ou proteção contra o câncer, é uma ordem Embora não envolvido neste estudo, Dr. Talalay é um pioneiro no estudo dos fitoquímicos dietéticos que podem ajudar a proteger contra o câncer, e ele está escalado para receber o prêmio para pesquisa em saúde Instituto Linus Pauling em 18 de maio de 2009. O prêmio é um dos principais títulos no mundo para cientistas que estudam micronutrientes, dieta e outras abordagens naturais para a prevenção ou tratamento de doenças.
O estudo foi financiado pelo Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia, Japão; Lewis B. and Dorothy Cullman Foundation e o American Institute for Cancer Research. Dr. Fahey é um cofundador da Brassica Protection Products LLC, uma empresa que é licenciada pela Johns Hopkins University para produzir brotos de brócolis.Os co-autores não declararam conflitos de interesse.



Cancer Prev Res (Phila Pa). 2009;2:353-360. Abstract


Informações da autora: Roxanne Nelson é uma jornalista freelance de Medscape Oncology.


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Gastrite – 80% dos portugueses infectados por Helicobacter pylori

80% dos portugueses infectados por Helicobacter pylori.

Quase 100% da população adulta da América do Sul e da África está infectada.

Sabe-se que 50% da população mundial se encontra infectada por este microorganismo. Em Portugal, esta infecção estende-se a cerca 80% da população adulta. Contudo, de entre os indivíduos infectados, só 10% a 20% é que desenvolvem doenças sintomáticas no estômago ou no duodeno, que podem ser de diversos tipos: gastrites, úlceras gástricas ou duodenais, cancro gástrico de tipo carcinoma (cancro do epitélio) ou linfoma (cancro de linfócitos).

A infecção por Helicobacter pylori é feita por via oral, através de transmissão oro-oral ou feco-oral. A ingestão de águas e de alimentos contaminados, ou mesmo o contacto pessoa-a-pessoa, podem ser processos de transmissão da bactéria.

A melhoria das condições económicas e sanitárias e o aumento dos cuidados de saúde têm contribuído para a diminuição da incidência da infecção por Helicobacter pylori e, consequentemente, do cancro do estômago.

Natureza do Helicobacter pylori

Helicobacter pylori é uma bactéria em forma de bastonete espiralado, semelhante a um sacarrolhas, com vários flagelos unipolares. Esta bactéria coloniza o estômago, movendo-se através do muco até ao epitélio gástrico.
A sobrevivência da bactéria no meio ácido do lúmen do estômago, parecia ser um enigma. Hoje, sabe-se que a capacidade de sobrevivência da bactéria se deve a vários factores. Um deles é a capacidade que este microorganismo tem de se mover e de mergulhar na camada de muco, protegendo-se, deste modo, do suco gástrico. Esta mobilidade é facilitada pela sua forma e pela presença de flagelos. Outro factor é o aumento do pH periplasmático bacteriano.

“Helicobacter pylori sintetiza e excreta a enzima urease que, degradando a ureia, produz CO2 e amónia. Esta ajuda a neutralizar a acidez gástrica, criando assim um nicho ecológico relativamente próximo da neutralidade, óptimo para a sobrevivência da bactéria”, explicou Fátima Carneiro.

Além disto, a bactéria tem também a capacidade de aderir (através de moléculas de adesão, as adesinas) à mucosa gástrica o que impede que seja levada, pelos movimentos peristálticos, para o intestino. A bactéria pode danificar a camada de muco que reveste o epitélio do estômago. Após a lesão desta camada, atinge as células produtoras de muco, existentes no epitélio estomacal, lesando-as e provocando uma reacção inflamatória. Daí que quanto mais espessa for a camada de mucinas, mais dificuldade terá o Helicobacter pylori em atingir o epitélio estomacal e mais protegido estará o hospedeiro.

Os perigos da infecção por Helicobacter pylori

O perigo está na produção de citotoxinas por Helicobacter pylori que danificam a mucosa, provocando uma reacção inflamatória. Por sua vez, esta reacção desencadeia uma resposta do sistema imunológico, atraindo ao local os linfócitos. Estes vão em defesa do organismo mas, infelizmente, poderão também contribuir para causar lesões.

Como a reacção inflamatória pode durar anos, em algumas situações, pode dar lugar a uma gastrite crónica com redução (atrofia) das glândulas gástricas que produzem enzimas e ácido clorídrico, acompanhando-se de hipocloridria.

Esta situação pode, posteriormente, desencadear o aparecimento de uma úlcera gástrica. Neste caso, ocorre a destruição parcial do epitélio e do tecido conjuntivo subjacente, com a constitição de uma espécie de “ferida” revestida por restos necróticos, fibrina e células inflamatórias.

A hipocloridria predispõe também ao aparecimento de cancro gástrico, mas não ao aparecimento de úlcera duodenal.

Note-se contudo que, para muitas pessoas, esta bactéria pode ser inofensiva, isto é, a interacção com o hospedeiro não é sempre de patogenecidade. Podem estabelecer-se relações de comensalismo, dependendo da estirpe do microorganismo ou das condições mantidas com o hospedeiro.

De acordo com informações fornecidas por Fátima Carneiro, esta situação deve-se à existência de estirpes que apresentam diferentes graus de virulência, uma “más”, capazes de causar doença, e outras “neutras” ou mesmo “boas”, sem capacidade patogénica. Tudo depende da presença ou ausência de determinados genes bacterianos e destes apresentarem variabilidade genética que condiciona diferentes graus de virulência.

As estirpes mais virulentas são as que apresentam os genes cagA e alguns alelos do gene vacA.

Investigadores verificaram que, em algumas estirpes de Helicobacter pylori, existe, por exemplo, o gene GST-u, responsável pela produção de uma enzima com capacidade de destruir várias substâncias cancerígenas. Estas pesquisas revelaram ainda que era mais comum o cancro de estômago em pacientes infectados por Helicobacter pylori sem o gene GST-u no seu genoma do que em indivíduos infectados por Helicobacter pylori em que esse gene esteja presente.

Infecção adquirida na infância

A infecção pela Hp adquire-se normalmente na infância e, caso não haja tratamento, permanece ao longo da vida. Fátima Carneiro esclareceu que não é aplicado tratamento de erradicação em todos os indivíduos infectados por Helicobacter pylori porque nem todos estão infectados com estirpes virulentas.
Tal como foi referido, muitas das infecções são “benignas” e um tratamento excessivo poderia conduzir a um aumento de resistência de Helicobacter pylori aos antibióticos. Além disso, o tratamento é dispendioso em termos de saúde pública.

Isto não invalida o facto de ser necessário investigar e tratar os indivíduos infectados e com sintomas, por exemplo os que têm úlcera do estômago ou do duodeno assim como os que tenham sido submetidos a cirurgia por cancro gástrico.

Os sintomas são muito variados, compreendendo sensações de azia ou de queimor ao nível do estômago, dores abdominais, náuseas, vómitos, flatulência e diminuição do apetite, que deverão levar os indivíduos a consultar o médico.

O diagnóstico da infecção por Helicobacter pylori pode fazer-se por exame histológico de biópsias obtidas por endoscopia, por testes respiratórios com ureia “marcada” ou através da pesquisa de anticorpos no soro. O exame histológico de biópsias permite, para além do diagnóstico da infecção por Helicobacter pylori, estudar as lesões provocadas na mucosa gástrica por este microorganismo.

O tratamento consiste, geralmente, numa terapia tripla (ou quádrupla), à base de um anti-ácido e dois antibióticos diferentes, para que a sua erradicação seja eficaz, pois este microorganismo, como outras bactérias, adquire resistância aos antibióticos.

Outros factores de risco

Para além dos dois factores de risco já referidos (espessura do muco e presença de Helicobacter pylori), Fátima Carneiro referiu a existência de muitos outros factores quer inerentes ao próprio hospedeiro, relacionados com a constituição genética dos indivíduos e os grupos sanguíneos, quer ambientais, como a alimentação.

Relativamente aos grupos sanguíneos, os indivíduos com sangue tipo O têm maior risco de serem infectados por Helicobacter pylori, embora os de tipo A tenham maior probabilidade de desenvolverem cancro de estômago.

No que respeita à alimentação, há que ter em conta que a incidência de cancro de estômago depende também dos hábitos alimentares. Uma equipa de investigadores portugueses (A. Costa Pereira, L. F. Azevedo e outros) concluiu que o consumo de vegetais está intimamente ligado a um menor número de mortes por este tipo de cancro. A mesma equipa verificou que no norte de Portugal é grande o consumo de batatas, arroz e vinho, sendo também mais elevado o número de mortes por cancro de estômago. Na zona sul, onde a alimentação é mais rica em vegetais e frutos o número de mortes por cancro do estômago é mais baixo.

Portanto, actuando conjuntamente, frutos e vegetais, ricos em vitaminas C e E, carotenos, ácido fólico, fibras, etc, podem reduzir o risco de desenvolvimento de cancro do estômago.

Trabalho realizado pelo grupo da Escola Secundária Cal Brandão.
Apoio e revisão científica de Fátima Carneiro, investigadora do IPATIMUP
Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto

Outras fontes:
http://www.gastroalgarve.com/doencasdotd/estomago/helicobacterpylori.htm


Por que brócolos/brócolis é tão saudável?

Umas das razões são as propriedades anticancerígenas e outros nutrientes que discutiremos depois nas propriedades fitoquímicas que também combatem outras doenças. Estudos recentes relataram que o brócolis contém um elemento químico (fitoquímico) que inibe o desenvolvimento da bactéria H Pylori!

Helicobacter pylori (H Pylori) é a causa principal de gastrite e úlcera estomacal. Infelizmente, estudos têm mostrado uma correlação entre repetidos ataques de H Pylori com o câncer no estômago. A H Pylori tem provado ser uma variedade muito obstinada de bactéria como alguns de nós devem saber depois de múltiplas dosagens de antibióticos durante o período de infecção recorrente. Os fitoquímicos encontrados no brócolis, de acordo com esses estudos, têm demonstrado inibir o desenvolvimento, em culturas de células humanas e de ratos, até de variedades da bactéria resistentes a antibióticos.

O que é um fitoquímico? Fitoquímicos são compostos não-nutrientes encontrados em plantas que têm atividade biológica no corpo humano. Afinal de contas, plantas estão no planeta há muito mais tempo que nós. Então esses compostos têm desempenhado um papel na sua sobrevivência e o desempenham em nossa sobrevivência também.

Brócolos/Brócolis contém alguns fitoquímicos e o mais conhecidos são Sulforafano e Indoles.
Brócolos/Brócolis também contém outros tipos de fitoquímicos também conhecidos por terem ou capacidades de proteção contra o câncer/cancro, ou propriedades de produção de enzimas que destroem células cancerígenas. Sulforafano é o principal fitoquímico descoberto que elimina a H Pylori.

Agora, caso tudo isso ainda não seja suficiente, brócolos/brócolis também contém grande quantidade de Vitamina C, e levando-se em consideração o peso contém mais vitamina C do que a laranja (1 xícara de brócolos tem quase o dobro de vitamina C do que uma laranja). Brócolos/Brócolis também contém Vitamina A, folacin, potássio, cálcio e 5 gramas de fibras alimentares por xícara. Com 25 calorias por xícara cru o brócolos/brócolis nos dá muitas razões para comê-lo frequentemente.

Brócolos é um desses alimentos que nos abastece sem nos encher. Coma-o com um ótimo prato de baixa caloria, ou o adicione às saladas.

NOTA: Para facilitar o entendimento usei os dois termos brócolos/brócolis e cancro/câncer(português de Portugal e português do Brasil)

Fonte: http://www.copacabanarunners.net/brocolis.html

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