Archive for Maio, 2008

A subida às árvores dos nossos ancestrais

Os ancestrais dos humanos, macacos e grandes símios podem ter subido às árvores devido à sua pequena dimensão.

Há muito que os cientistas se interrogam acerca do motivo porque os primeiros primatas viviam na copa das florestas, dado que trepar parece consumir muito mais energia do que caminhar.

Investigadores americanos, no entanto, foram analisar a questão estudando primatas a trepar e a caminhar sobre passadeiras rolantes e dizem que as suas conclusões revelam que não há diferença no consumo de energia entre as duas situações para pequenos primatas, o que nos dá novas pistas para o motivo porque os seus ancestrais subiram às árvores há 65 milhões de anos.

Jandy Hanna, da Universidade Duke em Durham, Carolina do Norte, diz que os dados recolhidos sugerem que os primeiros primatas foram capazes de explorar um novo ambiente sem custos acrescidos, desde que permanecessem pequenos.

“Os primeiros primatas diferenciaram-se dos outros mamíferos em parte devido à sua capacidade de explorar um novo nicho ecológico arbóreo, o dos ramos terminais das árvores”, explica ela.

Os primeiros primatas, que devem ter sido mais ou menos do tamanho de ratos grandes, sofreram, em seguida, uma série de alterações evolutivas à medida que se adaptavam ao seu novo ambiente. Algumas destas alterações incluem o surgimento de unhas em vez de garras e mãos e pés com polegares oponíveis.

“O benefício, ou a recompensa, de invadir este novo ambiente (e o surgimento destas alterações anatómicas) foi a descoberta de um meio rico em insectos e frutos”, diz Hanna.

Robin Crompton, do Grupo de Evolução e Morfologia dos Primatas da Universidade de Liverpool, Reino Unido, refere que já foi observado na natureza que animais pequenos, como os lémures-rato, se deslocam basicamente da mesma forma na vertical ou na horizontal.

“Pela primeira vez, os investigadores americanos demonstraram que para os os primatas até aos 4 kg de peso, mais coisa menos coisa, a eficiência energética do movimento vertical aumenta muito pouco com o tamanho, enquanto trabalhos anteriores tinham demonstrado que a eficiência de andar aumenta drasticamente”, diz ele.

Os detalhes desta investigação foram publicados na última edição da revista Science.

Fonte: Science

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Dieta vegetariana restrita poderia diminuir risco de cardiopatia em pacientes com artrite reumatóide

Dieta vegetariana restrita poderia diminuir risco de cardiopatia em pacientes com artrite reumatóide. Uma nova pesquisa sueca indica que pacientes portadores de artrite reumatóide que evitam tanto produtos animais como certos grãos reduzem o seu risco de ataques cardíacos (infartos do coração) como de derrame cerebral (acidente vascular cerebral – AVC).

Uma nova pesquisa sueca indica que pacientes portadores de artrite reumatóide que evitam tanto produtos animais como certos grãos reduzem o seu risco de ataques cardíacos (infartos do coração) como de derrame cerebral (acidente vascular cerebral – AVC). A pesquisa foi publicada na revista médica Arthritis Research & Therapy.

A artrite reumatóide (AR) é uma doença inflamatória crônica ligada a uma ocorrência maior de doença cardíaca e aterosclerose. A manutenção de uma dieta vegetariana restrita baixa as taxas de colesterol – gorduras capazes de causar a formação das placas causadoras da obstrução das artérias (placas de aterosclerose). Uma outra ação da dieta seria o aumento dos níveis de anticorpos no sangue capazes de proteger contra as inflamações, envolvidas tanto na origem da artrite reumatóide como na aterosclerose.

Os investigadores, ligados ao Karolinska University Hospital, procuraram verificar os efeitos de uma dieta vegetariana sem glúten tanto na AR como nas cardiopatias ligadas a ela. Foram avaliados 66 pacientes com média de idade de 50 anos, divididos de modo aleatório para receberem por um ano uma dieta vegetariana, sem glúten, ou uma dieta balanceada. Foram feitos exames de sangue dos participantes após 3 e após 12 meses.

Os achados após 12 meses incluíram:

– As pessoas no grupo de dieta vegetariana sem glúten perderam cerca de 5 kg após 12 meses, comparados com a perda de 1 kg entre aqueles que seguiram a dieta balanceada.
– O grupo da dieta vegetariana sem glúten reduziu seu índice de massa corpórea (IMC) de 24,1 para 22,7. O outro grupo apresentou redução muito leve no IMC (23,8 para 23,4).
– O grupo da dieta vegetariana sem glúten teve níveis mais altos de um anticorpo chamado anti-PC IgA, que poderia proteger contra a aterosclerose.

O estudo sugere que cortar todos os produtos de origem animal, incluindo carnes, queijo e ovos, como também trigo, centeio, e outros grão que contenham glúten, poderia mehorar a saúde das pessoas com artrite reumatóide.

Fonte: Astrazeneca

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Ursos polares ganham classificação de "ameaçados"

Os ursos polares vão ser listados como ameaçados sob a Acta das Espécies Ameaçadas americana (ESA), anunciou relutantemente o secretário do interior.

Ainda assim, a listagem praticamente não oferece qualquer protecção acrescida aos ursos, que estão ameaçados principalmente devido à perda do gelo oceânico na zona polar.

“Quem me dera que a decisão pudesse ser outra”, disse o secretário do interior Dirk Kempthorne, apelidando a ESA de “lei inflexível” que não lhe permitia considerar os potenciais danos económicos resultantes da listagem.

Em vez disso, a lei exige que a decisão seja baseada apenas na melhor ciência disponível, neste caso uma série de nove relatórios emitidos pelo US Geological Survey (USGS) em Setembro passado.

“Os nossos relatórios, bem como o restante corpo de investigação, sugerem claramente que se o gelo marinho continuar a desaparecer, o futuro do urso polar está realmente ameaçado”, diz Steve Amstrup, do USGS de Anchorage, Alasca, que liderou o esforço de classificação.

Esses estudos descobriram que o gelo marinho é vital para a sobrevivência do urso polar e tem vindo a desaparecer de forma dramática nos últimos anos. Para além disso, múltiplos modelos climáticos, escolhidos pelo seu rigor na descrição da redução observada do gelo árctico, prevêem que o gelo vai continuar a recuar.

Espera-se que o gelo fino que cobre a maior parte do oceano Árctico derreta completamente este Verão, deixando o pólo norte livre de gelo, de acordo com uma projecção do Centro Nacional da Neve e Gelo dada a conhecer no início deste mês.

Ainda que Kempthorne tenha reconhecido na quarta-feira que o aquecimento global está a causar o recuo do gelo árctico e que as actividades humanas têm “algum impacto” nas alterações climáticas, ele referiu que não se pode estabelecer nenhuma ligação entre nenhuma instalação ou perfuração de gás ou petróleo e o destino do urso. “A perda de gelo marinho, não a exploração de gás ou petróleo ou qualquer actividade de subsistência, é a principal ameaça ao urso polar.”

“Esta situação não deve abrir a porta à utilização da ESA para regular as emissões de gases de efeito de estufa”, acrescentou ele, “esta não é a ferramenta adequada para lidar com as alterações climáticas.”

A listagem vai exigir que as agências federais considerem os riscos para os ursos polares resultantes de qualquer acções que autorizem e que consultem o Fish and Wildlife Service se as suas actividades colocarem em risco os ursos.

No entanto, Kempthorne invocou uma secção da lei que lhe permite adoptar as medidas existentes para ultrapassar a ESA, se as outras regras forem mais rígidas. No caso do urso polar, diz ele, qualquer actividade considerada autorizável pela Acta de Protecção dos Mamíferos Marinhos, que se foca em manter cada animal individualmente, e não uma espécie, longe de perigo, seja permitida sob a ESA.

A listagem desencadeia automaticamente uma proibição à importação de peles de troféu do Canadá para os Estados Unidos, que era permitida ao abrigo de uma excepção na lei dos mamíferos marinhos.

“É perturbador que ao mesmo tempo que a administração finalmente reconhece o impacto do aquecimento global, esteja a tentar esquivar-se a fazer alguma coisa sobre a questão”, diz Andrew Wetzler, director do projecto das espécies ameaçadas do Natural Resources Defense Council de Chicago. A organização foi uma das três que processou o departamento como forma de pressão para a listagem dos ursos polares.

A há muito aguardada decisão chega meses depois do primeiro prazo legal ter terminado, Janeiro, e um dia antes de um novo prazo imposto por um tribunal federal em resposta ao processo dos ambientalistas.

Os ursos polares são a primeira espécie nos Estados Unidos a ser considerada ameaçada primariamente devido ao aquecimento global.

Fonte: Simbiotica

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O controlo dos fogos florestais conduz a mais carbono no ar, revela uma nova pesquisa realizada nas florestas californianas. A descoberta sugere que florestas poupadas ao fogo podem libertar mais quantidade deste gás de efeito de estufa do que absorvem.

Décadas de supressão dos fogos naturais aumentou o número de árvores sobreviventes nas florestas californianas mas este crescimento foi à custa das árvores maiores, que são menos resistentes à seca a outros stresses ambientais que as árvores jovens e mais pequenas, o que resulta num declínio da quantidade total de carbono armazenado nestas florestas.

Entre a década de 30 e 90 do século passado, as florestas cada vez mais cerradas tiveram uma tal queda em biomassa que agora armazenam menos de um terço do que antes faziam, relatam Aaron Fellows e Michael Goulden, ambos da Universidade da Califórnia, Irvine. Os seus resultados serão publicados na revista Geophysical Research Letters.

A descoberta vai exactamente ao contrário das expectativas. Pensava-se que mais árvores significava mais carbono a ser retirado da atmosfera. “Se suprimirmos os fogos e muitas pequenas árvores se desenvolverem, devíamos armazenar mais carbono”, diz o ecologista Richard Houghton, do Woods Hole Research Center de Falmouth, Massachusetts.

Este cerrar da floresta era considerada uma razão para os investigadores do clima observarem mais absorção de dióxido de carbono nas latitudes médias do hemisfério norte do que conseguiam explicar. Mas o facto de serem mais cerradas parece tornar as florestas californianas emissoras de carbono ao reduzir-se o total de biomassa.

Extensos dados históricos sobre a densidade de árvores são relativamente raros mas Goulden e Fellows encontraram um inventário das florestas californianas compilado na década de 30. Compararam os dados com censos florestais realizados na década de 90 em zonas semelhantes.

No total, o número de árvores tinha aumentado, com as florestas de coníferas de altitude média a mostrar o maior crescimento. Durante o intervalo de 60 anos, a densidade dessas árvores aumentou 34% mas a quantidade total de vegetação arbórea, e logo a quantidade de carbono aprisionado, na realidade diminuiu 26%.

“A razão para isto é que as árvores não são todas iguais”, diz Goulden. “Por cada grande árvore que perdemos, precisamos de 50 árvores pequenas para absorver a mesma quantidade de carbono.”

Em caso de seca, as árvores pequenas limpam rapidamente a água, deixando as maiores vulneráveis. Os autores colocam a hipótese de esta competição ser a razão para o declínio das grandes árvores.

Antes da intervenção humana, os fogos florestais na Califórnia queimavam principalmente junto ao solo e tinham maior probabilidade de queimar as árvores jovens e a vegetação rasteira, reduzindo os andares inferiores da floresta. As árvores maduras e de grande dimensão eram resistentes a estes fogos.

Da década de 30 à década de 90, as florestas californianas analisadas libertaram o que se estima terem sido 0,7 toneladas de carbono por hectare e por ano. Um hectare de floresta saudável e em crescimento absorve duas ou três toneladas de carbono por ano, diz Goulden.

A média de carbono emitido pelas florestas é pequena quando comparada com as 1,6 milhões de toneladas de carbono libertadas pela queima de combustíveis fósseis nos Estados Unidos só em 2003. O solo e os oceanos absorvem parte deste carbono e as medições atmosféricas indicam que a América do Norte está a absorver mais carbono do que os investigadores conseguem explicar.

Mas os resultados sugerem que o aumento da densidade das florestas pode não ser o responsável por este ‘sumidouro de carbono desconhecido’.

“O que todos têm andado a assumir que sejam sumidouros terrestres de carbono pode muito bem não o ser”, diz Houghton. “Esta é a primeira vez que alguém tinha medições suficientemente cedo para realmente avaliar onde o carbono foi armazenado e onde foi perdido.”

É difícil dizer o que aconteceu às florestas desde meados dos anos 90 mas o aumento de densidade deve ter continuado, diz Goulden. As florestas são agora tão densas que os fogos rasteiros não se desenvolvem de forma correcta. Um fogo agora iria queimar tanto as árvores pequenas como as grandes.

As florestas “serão sempre que ser geridas”, diz Sue Exline, porta-voz da Floresta Nacional Sierra na Califórnia. “Devido à influência da sociedade, não conseguimos voltar à floresta que já existiu e deixar que ela cuide de si própria.”

Fonte: Simbiotica

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1/2 hectare = 10 toneladas de batatas ou 70 Kg de carne de vaca

É necessário 1/2 hectare para produzir 10 toneladas de batatas e a mesma quantidade de terra para produzir 70kg de carne de vaca.

Referência: http://www.notre-planete.info:80/actualites/lireactus.php?id=1541

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Microondas matam clandestinos do balastro

Investigadores americanos dizem ter desenvolvido uma forma eficaz de matar as plantas e animais indesejados que andam à boleia da água de balastro dos cargueiros comerciais.

Testes mostraram que um sistema contínuo de microondas foi capaz de remover toda a vida marinha presente nos tanques de água dos navios.

As Nações Unidas consideram as espécies invasoras dispersas pelas descargas de água de balastro uma das quatro principais ameaças aos ecossistemas marinhos a nível mundial.

A descoberta irá ser publicada na próxima edição da revista Environmental Science and Technology.

O comércio marítimo desloca mais de 80% dos produtos a nível mundial e transfere mais de cinco mil milhões de toneladas de água de balastro internacionalmente e por ano, revela dados recolhidos pelas Nações Unidas.

Os navios, especialmente os grandes cargueiros, precisam de tanques de balastro para fornecer estabilidade na água e para corrigir qualquer alteração na massa do navio.

Quando a carga de um navio é descarregada (1), o navio enche os tanques de balastro com água e quando volta a ser carregado (3), frequentemente do outro lado do mundo, a água é deitada fora.

BBC)

O co-autor do artigo, Dorin Boldor, do centro agrícola da Universidade Estatal da Louisiana, refere que a equipa criou o dispositivo de microondas para ser encaixado na válvula de saída dos tanques de balastro.

“A ideia base é bombear a água de balastro através de uma cavidade com microondas, tal como um forno de microondas doméstico. A potência é muito superior e utiliza outra frequência mas cria um campo eléctrico de alta intensidade no centro da cavidade que oscila rapidamente.”

“As moléculas de água vão começar a girar rapidamente, criando fricção que gera calor. Mas gera calor em todo o volume ao mesmo tempo, ao contrário do que aconteceria se tivéssemos que utilizar outro mecanismo gerador de calor e conduzi-lo através do líquido.”

Isto significa que os investigadores têm um alto grau de confiança de que o sistema trata toda a água de forma a remover todos os organismos indesejados. “É extremamente rápido e muito eficiente na transferência de energia das microondas para calor.”

Desde há milhares de anos que as espécies marinhas têm sido dispersas através dos oceanos por meios naturais, como as correntes ou flutuando em detritos como troncos.

Mas barreiras naturais, como as diferenças de temperatura e as massas continentais, limitaram o alcance desta dispersão em algumas espécies e permitiram que diferentes ecossistemas marinhos se formassem.

Desde o surgimento da frota de cargueiros moderna, e com o aumento do comércio entre nações, estas barreiras naturais foram ultrapassadas, permitindo que espécies não nativas fossem introduzidas, desequilibrando o funcionamento dos ecossistemas.

O Programa, liderado pelas Nações Unidas, de Gestão Global de Águas de Balastro (GloBallast) estima que pelo menos 7 mil espécies podem ser transportadas através do globo nos tanques de um cargueiro.

É verdade que muitas destas plantas e animais não sobrevivem à viagem mas algumas consideram o novo ambiente suficientemente favorável para estabelecer uma população reprodutora e começar a competir com as espécies nativas.

Por exemplo, refere a GloBallast, o mexilhão-zebra europeu Dreissena polymorpha já infestou mais de 40% das águas continentais americanas. Entre 1989 e 2000, gastou-se $1bilião no controlo da propagação desta praga.

A chegada de uma alforreca invasora Mnemiopsis leidyi levou a alteração de regime ecológico radical no Mar Negro, o que contribuiu para o colapso da pesca comercial na região.

A dada altura, esta alforreca era responsável por 90% da biomassa total do Mar Negro. O seu apetite pelo plâncton nativo significou que as restantes espécies de peixe não eram capazes de competir e restabelecer populações viáveis.

Em Fevereiro de 2004, a comunidade internacional de comércio marítimo concordou em estabelecer medidas mais rigorosas para impedir que as descargas de água de balastro libertasse espécies potencialmente invasoras.

A Convenção Internacional para o Controlo e Gestão da Água de Balastro e Sedimentos do Navios exige que todos os navios com mais de 400 toneladas instalem sistemas de tratamento de água de balastro.

O desenvolvimento agora apresentado por esta equipa de investigadores parece ideal para os operadores comerciais cumprirem as suas obrigações de acordo com esta legislação, explica Boldor.

“Deve funcionar muito bem instalado nos próprios navios cargueiros de grande dimensão mas quando se trata de embarcações menores, deve ser mais eficaz a nível de custos ter um sistema de barcaças nos portos. A barcaça abordava o navio, retirava e tratava a água de balastro enquanto aguardavam para acostar.”

Fonte: Simbiotica

Saber mais:

GloBallast

Environmental Science and Technology journal

Protecção dos ecossistemas depende do controlo de clandestinos

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Dietas com alto índice ou carga glicêmica estão associadas com maior risco de doenças crônicas

Data: 08/05/2008
Autor(a): Thiago Manzoni Jacintho

Uma metanálise que avaliou 37 estudos prospectivos concluiu que dietas contendo alimentos com alto índice glicêmico (IG) ou alta carga glicêmica (CG) aumentaram independentemente o risco para o desenvolvimento de diabetes tipo 2, câncer de mama, doença cardíaca e de vesícula biliar.

Foram utilizados questionários de freqüência alimentar na maior parte dos estudos. Os participantes tinham entre 24 a 76 anos de idade e IMC entre 23,5 a 29 kg/m2, atingindo a faixa de normalidade do peso corpóreo e o sobrepeso. A limitação desse estudo, os próprios autores já indicam: “é que quase a totalidade (90%) dos indivíduos em estudo era de mulheres, por isso os resultados não podem ser extrapolados para os homens”.

Os autores acreditam que a hiperglicemia pós-prandial em indivíduos sem diabetes é o mecanismo universal que contribui para o desenvolvimento de doenças crônicas. O consumo de alimentos com baixo IG e CG pode evitar esse quadro clínico por meio dos efeitos metabólicos causados na função das células beta do pâncreas, na concentração de triacilgliceróis e ácidos graxos livres, além de ter influência na saciedade.

Apesar de ambos os índices, quando elevados, terem tido associação com o aumento das doenças crônicas, houve um efeito mais potente na inter-relação entre o IG e as doenças do que entre a CG e as mesmas enfermidades. “Isso significa que independente do nível de consumo de carboidrato, a contribuição do IG é importante”.

Referência(s)

Barclay AW, Petocz P, McMillan-Price J, Flood VM, Prvan T, Mitchell P, et al. Glycemic index, glycemic load, and chronic disease risk — a meta-analysis of observational studies. Am J Clin Nutr. 2008;87(3):627-37.

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Atividades do Cine Verde

Queridos amigos, ambientalistas e amigos do cinema!!!
Dando continuidade às atividades do Cine Verde, convidamos a todos para mais uma exibição importante.
Filme: Spiritual Realit
Debate: Marisa Raber Suthi – profissional em terapias holísticas há 14 anos
Será um grande prazer nos encontrarmos novamente!

Restaurante Girassol e Escola da Natureza

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Mistérios do código genético do ornitorrinco revelados

Um primeiro rascunho da sequência do genoma do ornitorrinco revelou elementos de réptil e de mamífero e fornece mais evidências quanto à sua posição na árvore evolutiva dos animais.

O ornitorrinco Ornithorhynchus anatinus é uma espécie endémica da Austrália e uma das criaturas mais bizarras da natureza, com um aspecto que faz lembrar algo construído a partir de partes de outros animais.

Este monotrémato semi-aquático é um mamífero venenoso (o único conhecido), ovíparo e com bico de pato, que ocupa um ramo solitário no final de um tronco pouco preenchido da árvore evolutiva dos vertebrados.

Agora, a estrutura do seu genoma revelou novas pistas para a evolução dos mamíferos. “A análise está a começar a alinhar estas estranhas características com a inovação genética”, diz Wesley Warren, da Universidade de Washington em St Louis, Missouri, o principal autor da análise do genoma, um projecto internacional gigantesco.

Comparações com os genomas de outros mamíferos vão ajudar a datar o surgimento das características distintivas do ornitorrinco e revelar os acontecimentos genéticos na sua base.

Por exemplo, os mamíferos definem-se por possuírem glândulas mamárias, que nas fêmeas produzem leite. Ainda que o ornitorrinco não possua mamilos, produz leite verdadeiro (líquido rico em gorduras, açucares e proteínas) que os jovens sugam através de uma prega glandular na pele.

A análise mostra que o ornitorrinco tem os genes para a família das proteínas do leite (caseínas), que surgem todos juntos num grupo semelhante ao dos humanos. Este é um sinal de que uma das inovações genéticas que levou ao desenvolvimento do leite ocorreu há mais de 166 milhões de anos e após os mamíferos se terem separado dos répteis sauropsídeos que originaram os répteis e as aves modernos.

Os genes relacionados com os ovos do ornitorrinco oferecem mais pistas. Os embriões desenvolvem-se no útero da mãe durante 21 dias antes de serem expelidos no interior de um ovo com casca tipo cabedal do tamanho de uma unha. Após 11 dias de incubação, os jovens emergem mas sem que os órgãos estejam completamente diferenciados. Como os marsupiais, os jovens ornitorrincos terminam o seu desenvolvimento durante a amamentação.

O ornitorrinco partilha com outros mamíferos quatro genes associados à zona pelúcida, um revestimento tipo gel que facilita a fertilização do óvulo mas também tem dois genes ZPAX que antes apenas se conheciam em aves, anfíbios e peixes. Partilha com a galinha um gene para um tipo de proteína da gema chamada vitelogenina, o que sugere que as vitelogeninas (encontradas apenas em aves e peixes) são anteriores à divergência dos sauropsídeos, ainda que o ornitorrinco mantenha apenas um desses genes e a galinha tenha três.

Outras características que parecem puramente reptilianas afinal desenvolveram-se de forma independente, sugere a análise. Os machos têm esporões carregados de veneno nas patas posteriores, um veneno capaz de matar um animal do tamanho de um cão.

al como o veneno dos répteis, é um cocktail de variações em pelo menos três tipos de péptidos mas as variações surgiram de duplicações de diferentes genes em ornitorrincos e não em répteis modernos. A semelhança do veneno é um exemplo de evolução convergente entre dois tetrápodes.

“Não há nada tão enigmático como um ornitorrinco”, diz Richard Gibbs, que dirige o Centro de Sequenciação do Genoma Humano na Faculdade de Medicina Baylor em Houston, Texas. “Temos estes padrões de repetição reptilianos e os genes que evoluíram mais recentemente, como os do leite, e a evolução independente do veneno. Tudo aponta para como a evolução é idiossincrática.”

O sexo do ornitorrinco é determinado por um conjunto de dez cromossomas, uma bizarria que o demarca de todos os restantes mamíferos e aves. Estes cromossomas associam-se durante a meiose para formar uma cadeia que garante que todos os espermatozóides recebem todos os X ou Y. Apesar das designações semelhantes, nenhum dos cromossomas X do ornitorrinco se assemelha aos do Homem, cão ou rato.

“Os cromossomas sexuais são absolutamente, completamente diferentes dos de todos os outros mamíferos, o que não esperávamos”, diz Jennifer Graves, da Universidade Nacional Australiana em Camberra, que estuda a diferenciação sexual e é uma das autoras do estudo. Em vez disso, os X do ornitorrinco parecem-se mais com os cromossomas Z das aves. Outro cromossoma parece-se com o cromossoma X do rato, diz Graves. Tudo isto são evidências que os cromossomas sexuais dos mamíferos placentários e o gene determinante do sexo Sry (que se encontra no cromossoma Y) evoluíram depois de os monotrématos terem divergido dos mamíferos, muito mais tarde do que se pensava. “Os nossos cromossomas sexuais são um autossoma normalíssimo no ornitorrinco”, diz Graves.

Uma equipa liderada por Gregory Hannon, do Laboratório Cold Spring Harbor de Nova Iorque, sequenciou microRNA, que regulam a expressão génica, isolados de seis tecidos de ornitorrinco. Novamente descobriram uma mistura de exemplos de réptil e mamífero. “Temos microRNA partilhados com as galinhas mas não com mamíferos e outros partilhados com os mamíferos mas não com galinhas”, diz Hannon. “As características reptilianas do miRNA não são resultado de convergência, a morfologia não precisava de ser reflectida a nível molecular mas neste caso foi.”

Adam Felsenfeld, director do Programa de Sequenciação em Larga Escala do Instituo Nacional de Investigação do Genoma Humano de Bethesda, Maryland, diz: “Acho fascinante que as características genéticas do que são agora duas linhagens completamente separadas possam coexistir no genoma de um único organismo.”

Cerca de metade do genoma do ornitorrinco contém sequências não codificantes de DNA. Muitas são repetições dispersas, cópias de transposões caracteristicamente abundantes no genoma de outros mamíferos. Em contraste, repetições de sequências muito curtas conhecidas por micro-satélites de DNA são mais raras no ornitorrinco que noutros mamíferos e assemelham-se mais aos répteis, com o balanço dos ácidos nucleicos deslocado para o lado dos pares de bases A–T.

A informação da sequenciação já gerou marcadores genéticos muito úteis no estudo da estrutura populacional do esquivo ornitorrinco na natureza. Diferenças nos elementos repetidos, por exemplo, separam a população da Tasmânia da australiana, e podem ser usadas para melhorar a compreensão da ecologia deste animal enigmático.

Por enquanto não há planos para sequenciar o genoma do seu parente mais próximo do ponto de vista evolutivo, a equidna.

Fonte: Simbiotica

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Alta do preço do trigo reduz consumo de macarrão na Itália


macarrão
Preço do macarrão já subiu 17%

O aumento do preço do trigo está levando os italianos a comerem menos macarrão e pão.

Segundo uma pesquisa realizada pela Confederação dos Agricultores da Itália (CIA, na sigla em italiano), o consumo de pão entre 2006 e 2007 caiu 6,2%, o de verduras diminuiu 4,2%, o de macarrão teve uma redução de entre 2,6% e 5%, e o de frutas ficou 2,5% mais baixo.

“A alta dos preços dos cereais, principalmente do trigo de grão duro, está provocando a diminuição do consumo de produtos típicos da nossa tradição culinária”, afirma Giuseppe Politi, presidente da Confederação Italiana dos Agricultores, à BBC Brasil. “E essa tendência pode até se estabilizar.”

Com base nos dados divulgados pela confederação, o preço do pão aumentou 13,2% em 2007, e o do macarrão, 17%.

Segundo a pesquisa, a Itália importa 60% do trigo de grão mole e 40% do trigo de grão duro, fundamental para a produção do macarrão.

O trigo de grão duro é considerado mais rico em carboidratos e glúten, sendo também mais nutritivo e saboroso.

O macarrão é o prato fundamental da mesa dos italianos e é consumido diariamente, no almoço e no jantar.

Mudança de hábito

Por conta do aumento dos preços, um italiano em cada dez mudou seus hábitos alimentares, dando preferência a produtos mais baratos, de acordo com a pesquisa.

Por exemplo, peito de frango e omelete no lugar de macarrão. Menos carne de boi ou de porco. Queijo em vez de verduras, pouco pão e pouco vinho.

Ainda segundo a análise da associação dos agricultores, os produtos típicos da dieta mediterrânea estão perdendo espaço na mesa dos italianos.

A dieta mediterrânea é um modelo de alimentação baseado nas tradições de países como Itália, Grécia, Espanha e França, onde as pessoas consomem principalmente pão, verduras, frutas, cereais, azeite, peixe e vinho.

Estudos já indicaram que quem se alimenta à base desta dieta tem menos chances de apresentar doenças cardiovasculares e maior expectativa de vida.

“Essa variação na alimentação pode até provocar desequilíbrios no organismo”, afirmou Marcello Ticca, especialista de Ciências da Alimentação, em entrevista ao jornal Corriere della Sera.

Segundo Ticca, o maior interesse em fazer regimes para emagrecer também contribuiu para a mudança dos hábitos alimentares dos italianos, que estão comendo menos massa e pão para manter a linha.

Fonte: BBC Brasil

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